Estudo com dados físicos e simulações sugere que Cabral desembarcou no RN, não na Bahia; entenda a revisão histórica.
No 22 de abril descobrimento do Brasil, a frota de Cabral teria chegado primeiro ao Rio Grande do Norte, segundo novo estudo. Pesquisadores usaram física, batimetria e a carta de Caminha para contestar a versão tradicional. Saiba como a ciência reescreve a História.
Estudo combina física e história para redefinir o 22 de abril de 1500
Publicado no Brazilian Journal of Science, o estudo liderado por Carlos Chesman (UFRN) e Cláudio Furtado (UFPB) reavaliou a rota de Cabral no 22 de abril descobrimento do Brasil. Usando dados geográficos, batimetria e simulações de GPS, os pesquisadores concluíram: o desembarque ocorreu no litoral potiguar, entre Pedra Grande e Rio do Fogo.
A carta de Pero Vaz de Caminha descreve uma montanha alta e arredondada avistada em 22 de abril descobrimento do Brasil. Ao cruzar essas informações com imagens de satélite, o estudo identificou o Monte Serra Verde (RN) como o marco citado – não o Monte Pascoal (BA). A distância da costa (60 km) e a profundidade do mar também coincidem com o relato histórico.
Força de Coriolis e batimetria
A força de Coriolis (efeito da rotação da Terra) teria desviado a frota para o RN. As correntes oceânicas no Atlântico Sul giram no sentido anti-horário, direcionando as embarcações para o litoral potiguar. A batimetria (medição de profundidade) confirmou que as “braças” citadas por Caminha correspondem ao relevo submarino da região.
A tese do RN no 22 de abril descobrimento do Brasil não é nova. Desde os anos 1970, Lenine Pinto defendia a hipótese com base em mapas antigos e relatos de Américo Vespúcio. Luís da Câmara Cascudo destacou que ventos alísios e correntes marítimas tornam a Bahia uma rota improvável sem antes passar pelo RN.
Como a ciência redesenha o 22 de Abril
O estudo usa tecnologia moderna (como QGIS e expedições reais) para validar teorias anteriores. A réplica de um marco português na Praia do Marco (RN) e a localização do original no Museu Câmara Cascudo reforçam a tese. A pesquisa propõe uma revisão da narrativa histórica, aliando ciência e documentos do século XVI.
O 22 de abril descobrimento do Brasil pode ganhar novo significado. Enquanto o debate continua, a combinação de física, história e tecnologia desafia a tradição, sugerindo que o primeiro desembarque português ocorreu no RN.