Perfumes árabes ganham os holofotes na Beauty Fair

São Paulo – Se há alguns anos, os perfumes árabes eram apenas alguns no extenso universo de fragrâncias estrangeiras presentes no Brasil, essa realidade ficou para trás e tende a se transformar ainda mais. Uma demonstração disso é o Setor de Perfumes da feira de beleza Beauty Fair, que ocorre até a terça-feira (9) no Expo Center Norte, na capital paulista, com dezenas de marcas do Oriente como expositoras, parte se lançando, outras já estabelecidas, mas apresentando novidades.

Samaritana, da Juno, mostra perfumes HamidiSamaritana, da Juno, mostra perfumes Hamidi
Samaritana, da Juno, mostra perfumes Hamidi

Alguns nomes de perfumes árabes já se fixaram na cabeça dos brasileiros, mas se depender dos últimos anúncios de importadoras e distribuidores, o consumidor ainda terá uma avalanche de novidades para conhecer e avaliar. Os especialistas acreditam que o gosto da população do País pelas fragrâncias do Oriente não é temporário, veio para ficar, mas que o mercado fará a seletiva dos que permanecerão.

A Juno Importadora é uma das expositoras de perfumes árabes na Beauty Fair movimentando o setor com novidades. A empresa importa as fragrâncias Armaf, do Grupo Sterling Parfums, dos Emirados Árabes Unidos, e, além de trazer novos perfumes dessa marca ao Brasil para lançamento na feira paulista, está apresentando as fragrâncias Hamadi, do mesmo grupo.

Samir Jaber com Julia de Biase no estandeSamir Jaber com Julia de Biase no estande
Samir Jaber com Julia de Biase no estande

Segundo a gerente de Treinamentos e Desenvolvimento da Juno, Samaritana Moraes, as vendas estão acima das expectativas na mostra, os lançamentos foram muito bem aceitos e o desempenho da Hamidi surpreendeu. “A Hamidi é uma linha sem álcool, normalmente as pessoas têm uma certa resistência, mas está sendo super bem aceita”, diz. Os perfumes são à base de água e óleos essenciais, e halal, ou seja, próprios para o uso dos muçulmanos. Mas a gerente conta que a aceitação veio do público geral.

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Outra marca de perfumes árabes que já está no imaginário dos brasileiros e ganhou novidades na feira é a Lattafa. A importadora Rebaj, do empresário Samir Jaber, presente como expositor na Beauty Fair, vai trazer os perfumes Lattafa para o Brasil. Ele já importa as linhas Maison Alhambra e Ard Al Zaafaran, também do grupo Lattafa, e passará a importar os perfumes com a marca que leva o mesmo nome do grupo, Lattafa. “Parece que Lattafa entrou no coração da maioria e por isso eu vejo um futuro brilhante para o nosso projeto, para essa marca, e para outras marcas também que estamos pensando em trazer”, diz.

Aurora: novidades da Lattafa na World ScentzAurora: novidades da Lattafa na World Scentz
Aurora: novidades da Lattafa na World Scentz

Outra empresa presente na feira com Lattafa é a importadora e distribuidora World Scentz, que trabalha apenas com marcas de perfumes árabes. “A gente vê uma grande tendência, uma grande crescente ainda, provavelmente nos próximos cinco anos, no consumo de perfumaria árabe no Brasil”, diz Aurora Mirian Pestana, do Marketing da World Scentz. Da Lattafa, a empresa apresentou na feira duas novas fragrâncias, o Eclaire Banoffi e o Eclaire Pistache. “São as fragrâncias gourmet que agora são tendências para 2025, 2026, mais docinhas, que fazem referência a sobremesas”, diz Aurora.

A empresária Julia de Biase, que tem uma loja de perfumes e outros produtos árabes nos Jardins, na capital paulista, também estava presente na Beauty Fair. Na loja, ela vende perfumes do grupo Lattafa como Maison Alhambra e Ard Al Zaafaran, junto com leque de fragrâncias do Bahrein, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, além de marca própria chamada Al Zahra. Julia começou a trabalhar com perfumes árabes antes da atual moda mundial, fazendo a primeira importação em 2013. “Quando chegou no Brasil, eu me lembro que as pessoas nunca nem tinham ouvido falar em perfumaria árabe”, relata. A loja, hoje chamada Al Ward, foi aberta cerca de dois anos depois da primeira importação e hoje comercializa uma série de fragrâncias do Oriente.

Marcia SantAna ao lado de perfume Lou de preMarcia SantAna ao lado de perfume Lou de pre
Marcia SantAna ao lado de perfume Lou de pre

Uma das empresas que também acumula experiência com perfumes árabes é a BR Brand Import. A empresa importa e distribui as marcas de perfumes Khadlaj e Style & Scents, além da Lou de pre, do grupo polonês La Rive, também inspirada na cultura do Oriente Médio. A consultora da empresa, Marcia SantAna, acredita que os perfumes árabes se deram tão bem no Brasil porque é um país tropical, em que as pessoas gostam de perfumes marcantes, de longa duração e que tenham alta projeção. “A gente não gosta de um perfume só para a gente, a gente gosta de mostrar que está usando, e a perfumaria árabe é bem isso porque ela traz perfumes de alta concentração”, afirma Marcia.

Isper com recepcionistas do estande MawwalIsper com recepcionistas do estande Mawwal
Isper com recepcionistas do estande Mawwal

Uma das novas empresas de perfumes árabes expositoras na Beauty Fair é a Mawwal Arábia, fundada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, no ano passado. A empresa desembarcou no Brasil em janeiro deste ano e, diferente da maioria das marcas, em vez de trabalhar via distribuidores, se estabeleceu em São Paulo para desbravar o mercado nacional com braços próprios. A empresa comercializa seus produtos nas plataformas digitais e redes de varejo, também mas também no porta a porta, por meio de consultoras de vendas, de acordo com o CMO, Paulo Isper. Ele conta que o porta a porta se transformou ao longo dos anos e que as consultoras atualmente têm seus canais digitais. “Elas não são só vendedoras, são embaixadoras da marca”, afirma Isper.

Claudia borrifa perfume da Al Haramain Claudia borrifa perfume da Al Haramain
Claudia borrifa perfume da Al Haramain

A Bio Company também apresenta novidades em perfumes árabes na Beauty Fair em seu estande. A importadora e distribuidora trabalha com a Al Haramain e lançou na feira os perfumes da Al Khaleej, ambas de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, mas atua também com outras marcas internacionais não árabes. “A Al Haramain é uma marca árabe muito tradicional, tem toda uma história, não nasceu nessa onda, ela existe desde 1970”, diz a diretora da empresa da Bio, Claudia Fernandes, sobre a marca, que é de perfumes premium vendidos em perfumarias de luxo. Já a Al Khaleej é uma marca de perfil moderno.

Bacchi entre perfumes árabes: mercado em crescimentoBacchi entre perfumes árabes: mercado em crescimento
Bacchi entre perfumes árabes: mercado em crescimento

Grande distribuidor do segmento, o empresário Igor Bacchi percebe o consumo de perfumes árabes ainda em crescimento no Brasil. Mas ele acredita que o mercado nacional ficará apenas com aqueles perfumes que são efetivamente marcas, que têm uma construção de marca, que criam tendências. Bacchi é diretor geral da BIM Distribuidora, que trabalha com 120 marcas de perfumes, incluindo as grandes referências internacionais do segmento. As marcas árabes distribuídas pela BIM são Riffs, Nusuk, Al Wataniah, Orientica, Armaf, Maison Alhambra e Ard Al Zaafaran. “É um mercado ainda em crescimento, a gente tem o Brasil que é um país continental, e as tendências não chegam no mesmo tempo em todo em todo o Brasil”, afirmou ele para a ANBA sobre os perfumes árabes, indicando o potencial ainda desse mercado.

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Isaura Daniel/ANBA

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