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Protecionismo: Indústria brasileira encolhe de 36% para 14% do PIB, um alerta caro para os EUA

Protecionismo: Indústria brasileira encolhe de 36% para 14% do PIB, um alerta caro para os EUA

Análise da XP: Como o protecionismo histórico do Brasil gerou baixa produtividade (25% da americana) e custos elevados (iPhone quase 2x mais caro), um espelho indesejado para políticas americanas.

O Brasil surge como um alerta, não um modelo, no debate global sobre protecionismo. É o que aponta Raphael Figueredo, Partner e Equity Strategist da XP Inc., em análise sobre artigo do Wall Street Journal. Enquanto os EUA debatem o avanço de medidas protecionistas, a experiência brasileira com o protecionismo sistêmico ilustra consequências como preços altos e perda de dinamismo econômico. A intenção de proteger a indústria pode sair caro.

Protecionismo e a queda da competitividade industrial

O protecionismo adotado por décadas no Brasil teve um custo alto e visível. A indústria nacional encolheu drasticamente. Sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) despencou de expressivos 36% nos anos 80 para apenas 14% atualmente, segundo dados levantados por Figueredo.

Ele destaca que a falta de competição externa, um efeito direto do protecionismo, minou a produtividade. A produtividade do trabalho no Brasil é hoje apenas um quarto (25%) da registrada nos Estados Unidos. Sem a pressão competitiva, a inovação e a eficiência tendem a estagnar sob o manto do protecionismo.

Custo Brasil: o preço real do protecionismo

O chamado “Custo Brasil” é significativamente agravado pelas barreiras do protecionismo. Figueredo, da XP Inc., aponta a burocracia excessiva e as complexas e infindáveis disputas fiscais como entraves claros. Além disso, as tarifas de importação brasileiras permanecem elevadas, com uma média de 11,2%.

Este cenário de protecionismo não só encarece bens de consumo para a população, mas também desestimula investimentos produtivos. Um exemplo técnico e direto citado na análise: um iPhone montado localmente no Brasil chega a custar quase o dobro do mesmo aparelho vendido nos EUA, refletindo o impacto direto do protecionismo e outras ineficiências associadas.

Isolamento econômico: o legado do protecionismo

Paradoxalmente, o vasto mercado interno brasileiro serviu como justificativa para o isolamento, em vez de ser uma plataforma para a eficiência global. O protecionismo consolidou-se como doutrina econômica ao longo de décadas, mesmo diante de crises externas que poderiam ter sido catalisadoras para reformas e abertura.

Figueredo ressalta a ironia em declarações recentes do presidente Lula criticando o protecionismo americano, lembrando que políticas de protecionismo semelhantes foram historicamente defendidas por seu governo e partido. A lição, segundo o estrategista da XP, é clara: o protecionismo, embora possa ter um apelo patriótico inicial, na prática resulta em ineficiência crônica, custos elevados e limitações ao crescimento econômico sustentado.

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Bruno Teles de Lima

Bruno Teles de Lima

Atuo como redator no Anexus, trazendo diariamente conteúdos sobre tecnologia, inovação, com foco especial nas oportunidades que movimentam o mercado brasileiro.