Primeiro das marcas Natureza e Avon no país, executivo vê espaço para competição em segmentos de maior renda. Leia a entrevista aquém.

Quais foram os destaques operacionais do ano que está acabando?

O principal foi a construção de uma plataforma multimarca. Antes, Natureza e Avon operavam separadamente. Agora, as consultoras podem vender as duas marcas, ganhando em produtividade e renda. Isso já impactou nosso resultado e deu tração à recuperação da Avon. Ou por outra, começamos uma expansão multicanal. Na Natureza, abrimos 153 novas lojas, chegando a milénio. Chegamos ao marketplace (do Mercado Livre) e levamos a Avon para o varejo, em multimarcas de venustidade. Fizemos “store in store” na rede da Soneda e vamos chegar a outras redes.

Isso não incomoda as consultoras?

Não. Elas se beneficiam quando colocamos as marcas no varejo. Em muitos casos, o consumidor vai até elas porque viu o resultado na rua. No caso do marketplace, fazemos uma certa regulagem de preço para não prejudicá-las.

Qual é a estratégia de resultado para 2025?

Uma é a do luxo. Entramos em subida perfumaria e em bem-estar para a vivenda, com a traço Bothânica, que atinge um segmento mais premium. Na Bothânica, o tíquete médio é supra de R$ 100; em subida perfumaria, é de R$ 370.

Mas uma vez que se diferenciar em subida perfumaria, dominada por gigantes estrangeiros?

A Natureza já tem reputação em perfume. É a única marca na América Latina com perfumista na equipe. Temos patenteados 45 ingredientes feitos a partir da biodiversidade brasileira. Por isso vemos espaço para linhas premium. Construímos a marca para concorrer efetivamente com linhas internacionais, que tocam o público mais premium.

A recuperação judicial da Avon Internacional nos EUA afeta a marca localmente?

Não. Já havíamos trazido o núcleo de inovação da Avon, que ficava nos EUA, para Cajamar (SP). Hoje temos autonomia para construção da marca na América Latina.

O que falta para Natureza e Avon estarem 100% integradas na AL?

Começamos por Peru, Colômbia, Brasil e Chile. Agora, atuamos poderoso no México e lançamos Natureza no Equador, onde só Avon estava. Tem alguns países por concluir, uma vez que Argentina, mas o protótipo está oferecido.

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Renda e ofício vão muito, mas juros e inflação sobem. Porquê isso afeta vocês?

Uma das nossas vantagens é que o negócio também é de empreendedorismo. Quando a renda das famílias cresce, mais gente compra. Mas, em momentos difíceis, mais gente se interessa em revender e gerar renda. Por isso, na pandemia, fomos resilientes. Continuamos com expectativa muito positiva para 2025.

As bets, que reduzem renda na classes C, afetam?

Não vimos reciprocidade concreta até agora.